domingo, 13 de junho de 2010

Monólogo

Deus, sábios são os mortos?
Deus, e os sábios vivos?
Isso, aqueles que não conhecem a Morte.
Como podem ser sábios se não conhecem a Morte,
mas apenas a Vida?

Se a Vida não é Tudo,
como podem saber de Tudo os que não sabem de Tudo?
Deus, não é justo que caminhemos para o fim da Vida.
Por que esse maldito empréstimo?
Por que tamanha dificuldade pra Nada?
Por que não tornas isso Tudo apenas em um grande Nada?
Por que nos ilude com hipóteses,
se a única verdade é a Morte?

Deus, se o amor não é Tudo,
pra que senti-lo?
Não é mais justo sentir Tudo que é Tudo sem desperdiçar Nada?
Se a Vida não é Tudo,
o amor o é menos ainda.

Deus se os sentimentos são menores que a Vida,
por que nos deste tantos prazeres,
tantas dores e tantas saudades?
Deus, se a Vida é menor que a Morte, por que a Vida e não logo a Morte?
Por que nos concede o morno e não o quente?
Por que não o êxtase?

Deus, às vezes tenho medo de que não nos reconheça mais.
Talvez seja isso?
Estamos muito diferentes do que você quis?
Somos o que pensaste?
Foi tudo como planejado?
Como podemos ajudar?
Desculpe qualquer coisa!

Deus, por favor,
perdoe-nos por algumas desconfianças e medo.
Mas a Vida é tão complexa que pra mim já seria suficientemente Tudo.
A Vida é tão Tudo,
mesmo sendo apenas parte do Tudo e outra parte do Nada.

Deus, eu não pedi pra nascer,
mas peço pra não morrer,
pois tenho medo que a Morte seja insuportavelmente Tudo
e que tudo que eu tenha vivido seja um verdadeiro Nada.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

No Iraque falta luz, água e dignidade

Parece que deu tudo errado. O Iraque foi libertado, civilizado e democratizado. Será?


Pra quem não sabe, 1.000.000 de pessoas morreram desde 2003 (invasão americana no Iraque). Destas, 70% são civis iraquianos, ou seja, pessoas que não têm nada a ver com a guerra e nem com a ganância ocidental.


Hoje, aparece mais um problema. Além do sangue, das mortes e das centenas de patrimônios históricos destruídos, falta eletricidade no Iraque.


A seca do rio Eufrates causou a baixa da produção de energia na principal hidrelétrica da região. O problema também atingiu a sociedade iraquiana de várias formas: agricultura, pecuária e água potável são os 3 grandes problemas relacionados à seca no país. Desde 2003, a estrutura social e econômica do Iraque retrocedeu, ao contrário do que diz o governo dos Estados Unidos.


Parece que a tristeza não tem fim.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Crise está mais branda no NE

Segundo a equifax, a escassez de crédito, gerado pela crise financeira internacional, foi responsável pelo aumento da inadimplência.

Porém, há boas notícias. Os últimos dados da economia nordestina mostram que a situação do emprego e da renda da população começa a melhorar.

Em 2010 espera-se que esta mudança atinja níveis mais consistentes, de tal forma a reverter a tendência de alta do volume de protestos de pessoa física na região.

Há 55 anos Getúlio Vargas morreu

Morria em 1954, o mais antagônico e polêmico presidente do Brasil.

Getúlio Vargas foi amado pelo povo, como se fosse um Deus e foi odiado pela esquerda brasileira, como se fosse um diabo. Vargas evoluiu o sistema trabalhista brasileiro de uma maneira louvável, mas, em compensação, matou milhares de pessoas que eram contrárias ao seu governo.

Apoiou a matança de Hitler na Alemanha. Amava o poder e a ordem. Criou a Petrobrás, com isso diminuiu o lucro das multinacionais estrangeiras, favorecendo a industrialização nacional.

Este foi seu pecado. Apareceu morto e a gente ainda acredita que ele se matou.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A Teletela, a Verdade e a Mentira

 


tvLá pelos idos de 1948, um “feiticeiro” inglês de nome mentiroso chamado George Orwell, escreveu um livro que abalou o mundo e pouca gente conhece. A obra 1984 parece ser um livro de magia, uma previsão de um tempo triste, onde nós somos dominados por um regime invisível chamado de Grande Irmão (Big Brother), e vigiados por uma caixa de madeira que dita ordens, a Teletela. Apelidada por nós, humanos e mortais, de Televisão, a caixa de madeira ganhou força, move montanhas, abre mares e define quem vive e quem morre.


 


Deus inventou a mediocridade humana e o Diabo inventou a televisão (ou foi o contrário?), esta que caminha de mãos dadas com a publicidade e propaganda. Mas a televisão mata? A publicidade assassina?


 


Alguém sabe que a empresa inglesa Hugo Boss vestiu o exército nazista no front de batalha e nos campos de concentração? Você sabia que os prisioneiros dos campos de concentração nazistas trabalharam – de graça – nas fábricas da Volkswagen, BMW, Siemens, Bosch e Krupp? E que os aviões nazistas voavam com o combustível da Standard Oil e seus soldados viajavam em caminhões e jipes da Ford? Não sabia? Claro que não! A publicidade escondeu tudo e comprou todos, levando ao saldo de cinco milhões de vidas queimadas, torturadas e humilhadas nos campos de extermínio.


 


A televisão não mostrou quando, em 1979, o arcebispo de El Salvador, Oscar Romero, viajou para o Vaticano mendigando uma audiência com o papa João Paulo II para denunciar as atrocidades que o regime militar de direita estava fazendo com a população salvadorenha. Ninguém ouviu nada. Oscar também bateu na porta de várias emissoras de televisão da Itália, mas ninguém ligou. Sem falar das omissões das emissoras brasileiras durante o nosso regime militar, favorecendo todas as torturas e desaparecimentos.


 


Em 1984, ninguém ouviu e nem soube dos “gritos de pavor” de Leonardo Boff dentro dos calabouços do Vaticano, quando a Santa Inquisição (agora com um nome mais discreto – Congregação para a Doutrina da Fé) o chamou para indagar sobre sua tentativa de salvar os pobres da América Latina. A Igreja do Medo e a televisão vivem ansiosas para cravar na cruz qualquer “filho de carpinteiro”, desses que andam pelo mundo influenciando pessoas e chateando impérios.


 


Quando a televisão e a Renault, na década de 90 do século XX, esconderam os níveis de poluição em Paris (causados principalmente pela emissão de gases dos carros), morreram dezenas de pessoas por problemas respiratórios. Se a mídia mostrasse todas as atrocidades cometidas contra os palestinos nas redondezas do Estado de Israel, milhões de vítimas poderiam ser evitadas.


 


O novo EUA, versão 2009, já fez três intervenções militares onde causou mais de 200 mortes, em apenas cinco meses de governo do presidente muçulmano Barack Obama. Sem esquecer as 73 intervenções que fez o “presidente da paz”, Bill Clinton, durante seu governo. Apenas duas de todas essas intervenções foram divulgadas. Sobre Bush, prefiro não comentar, pois nem a TV conseguiu esconder as milhões de vítimas no Oriente Médio.


 


A “caixa de madeira” não mostrou nem metade das atrocidades que estão sendo cometidas em Honduras, pela extrema-direita que tomou o poder. Líderes contrários ao golpe estão sendo torturados em galpões nos arredores de Tegucigalpa. Há fortes acusações de que integrantes do novo governo estejam enviando maletas de dinheiro para as emissoras de televisão dos países vizinhos e de dentro de Honduras, para amenizar as notícias sobre a matança e torturas dentro do país.


 


São inúmeras as notícias que não existem, ficaria o dia todo escrevendo, que mesmo assim não teria fim. Não existem, porque não são transmitidas pela caixa de madeira. Vivemos num mundo virtual, camuflado e mentiroso. O mundo real e verdadeiro está em outro lugar, inacessível e desconhecido. Se você, caro leitor, for ao lugar mais distante, remoto e pobre do planeta, provavelmente encontrará um televisor erguido como um troféu nas casas de barro de pessoas famintas, e nas telas aparece a liberdade de você escolher entre Johnnie Walker rótulo preto ou Chivas Regal. A Coca-Cola mostra o caminho da felicidade. O leite artificial da Nestlé oferece saúde eterna. As camisas da Hugo Boss, distinção e charme. Os carros da Volkswagem dão uma nova vida e os cartões Master Card, riqueza.


 


Felipe Liberal